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Colombiana supera depressão com cirurgia

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Lorena Rodríguez já não respondia aos tratamentos convencionais contra a depressão: “Voltei a ver a luz” – Imagem: Arquivo Pessoal/Redes Sociais – Reprodução – modificada por IA

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Quem sofre de depressão ou convive com alguém que tem a doença sabe que, em muitos momentos, o quadro nem sempre é solucionado apenas com tratamento. Por isso, a experiência da administradora de empresas colombiana Lorena Rodríguez, de 34 anos, pode ser uma luz na ciência. Ela se tornou a primeira pessoa no mundo a passar, com sucesso, por um procedimento cirúrgico inovador para reverter a depressão. “Escolhi a vida; e, dessa vez, com esperança real. É como voltar a ver a luz”, resumiu Lorena, após a cirurgia.

A nova modalidade de intervenção consiste no implante de quatro eletrodos em uma região cerebral ligada a sentimentos, como a tristeza, e às variações de humor. As peças, que são fios muito finos, são conectadas a áreas encefálicas profundas e ligadas a um neuroestimulador instalado no tórax. O aparelho emite impulsos elétricos para regular a atividade cerebral. Até então, havia registros de cirurgias com apenas dois eletrodos. O procedimento inédito foi realizado em Bogotá pelo neurocirurgião colombiano William Contreras. “Usamos quatro eletrodos, dois por hemisfério, para atingir simultaneamente aquelas regiões. É a primeira vez no mundo que essa abordagem, direcionada a múltiplos alvos, é feita para depressão resistente”, explicou o médico, em entrevista ao portal de notícias G1.

No caso de Lorena, a indicação foi uma medida extrema, pois a paciente não respondia aos protocolos tradicionais. Desde a adolescência, ela apresentava um quadro de ansiedade e depressão resistente a tratamentos, como psicoterapia e remédios. “Era como viver por obrigação, no piloto automático. Sentia tristeza, vazio e uma ansiedade que não passava. Mesmo em momentos que deveriam ser felizes, eu não conseguia estar presente”, relata. Nem a vida profissional promissora — Lorena tem mestrado em Marketing e Gestão Comercial — estimulava a jovem. “ Tinha dificuldades até para me levantar da cama”, admite. De acordo com o especialista, a Estimulação Cerebral Profunda (DBS, a sigla em inglês) é um recurso utilizado quando todos os tratamentos convencionais falham. “ Ela oferece modulação contínua e reversível dos circuitos cerebrais ligados ao humor e à motivação. O objetivo é ajustar a atividade elétrica dessas áreas para aliviar os sintomas”, explicou. Curiosamente, Lorena Rodríguez só conheceu Contreras porque levou uma sobrinha a uma consulta com o neurocirurgião. Mesmo sabendo dos riscos, ela resolveu passar pela cirurgia. “Tinha medo, mas, se não tentasse, estaria traindo a parte de mim que ainda acreditava na vida. Entrei no centro cirúrgico com medo, mas também com fé”, recorda-se.

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