
Programa do governo disponibiliza dinheiro para reformar a casa
07/11/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Aumento de restrições à fé cristã faz igreja do país pedir socorro em oração – Imagem: Pcess609 / Adobe Stock
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A equipe pastoral da Igreja Zion – uma das maiores organizações de congregações domésticas chinesas – publicou um apelo on-line convocando igrejas e cristãos do mundo inteiro a intercederem por pastores, cooperadores, famílias, advogados e congregações que estão sendo severamente perseguidos em toda a China. O texto diz: (…) Estamos enfrentando uma batalha espiritual muito real. O que está sendo reprimido não é apenas uma congregação ou um grupo de pessoas; é a Igreja na China como um todo.”
O pedido surge dias depois da prisão de 30 pastores e líderes cristãos em várias regiões do país. Um dos religiosos detidos é o Pr. Jin Mingri, fundador da Zion. Cerca de metade deles foi libertada nos dias seguintes para aguardar julgamento em liberdade, mas outros permanecem sob custódia em lugares não informados às famílias. Os cristãos chineses já chamam o incidente de “Perseguição da igreja 10.9”, em referência à data em que a operação foi deflagrada pelo governo chinês — no caso, 9 de outubro.
Documentos dos autos confirmam que os pastores Mingri, Gao Yingjia, Yin Huibin e Sun Cong, entre outros foram formalmente acusados de “uso ilegal de informações da internet”. A acusação surge no âmbito dos novos procedimentos legais em relação às igrejas que atuam no país asiático, incluídos no recém-implementado Código de Conduta On-line para Profissionais Religiosos pelo Departamento Nacional de Assuntos Religiosos, em setembro. Na prática, o conjunto de regras dificulta ainda mais a divulgação de conteúdos cristãos e ações evangelísticas na internet.
Desde então, essas atividades passaram a sofrer monitoramento incisivo e somente serão permitidas por entidades religiosas que dispõem de licença estatal de funcionamento — o que não é o caso da Zion, fundada em 2007 e com representações em mais de 40 cidades. Grupos como ela rejeitam a tutela do Estado comunista chinês e se reúnem, na maioria das vezes, sem registro oficial. Além de trabalhar com a implantação de novas igrejas, a Zion promove ações educativas, comunitárias e de apoio familiar. Grande parte desse trabalho conta com suporte virtual.
De acordo com o informe divulgado pela Missão Portas Abertas, que trabalha pela liberdade religiosa e em apoio à Igreja Perseguida ao redor do mundo, as igrejas domésticas, consideradas ilegais por Pequim, têm enfrentado crescente perseguição na China. O incidente envolvendo integrantes da Zion tem provocado reações entre as lideranças cristãs chinesa. “Em nosso coração, há medo, raiva, lágrimas e confusão. Essa noite escura parece especialmente longa”, lamenta o economista cristão Zhao Xiao, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim. Conhecido pela publicação de um artigo no qual defende que seu país se beneficiaria com a disseminação do cristianismo, ele conclui com fé: “Mas a noite está quase acabando, o dia logo vem”.





