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15/11/2025
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Muralhas de Moisés: nova descoberta reflete relato Bíblico

Por Carlos Fernandes, do Ongrace


Parte das estruturas da fortaleza: achado na Península do Sinai reforça credibilidade de narrativas do Êxodo
– imagem: Reprodução de Facebook / Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito

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Uma descoberta anunciada pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito chamou bastante atenção da Arqueologia mundial no mês de outubro. Trata-se de uma grande fortaleza encontrada no sítio de Tell El-Kharouba, na Península do Sinai, território egípcio que faz fronteira com Israel. A antiga estrutura militar, cuja construção remonta ao período do Novo Reino do Egito (1550 a.C. a 1070 a.C.), é da época em que Moisés e o povo hebreu teriam peregrinado pelo deserto do Sinai, antes de entrarem na Canaã prometida por Deus. A idade e a localização das ruínas apresentam novos indícios sobre aquela que é considerada a maior jornada épica da Bíblia Sagrada. Por isso, a estrutura tem sido chamada de “As muralhas de Moisés”.

O achado tem conexões com o relato bíblico. Segundo o livro do Êxodo, os hebreus evitaram o Caminho de Hórus — uma rota mais curta do que a seguida por eles — por orientação divina: E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito (Êx 13.17). Desse modo, os recém-saídos da escravidão, que viajavam na companhia de mulheres, idosos e crianças, desviaram-se de um confronto com inimigos.

De acordo com comunicado divulgado, a fortaleza de Tell El-Kharouba tem quase oito mil metros quadrados de área construída, 11 torres defensivas e, em certos trechos, paredes de 2,5 m de espessura. A robustez das instalações militares e a boa estrutura para permanência de tropas — evidenciada pela descoberta de alojamentos, fragmentos de utensílios e um grande forno de assar pães —, apontam que o local poderia funcionar como um posto avançado para guarnecer uma importante rota estratégica e comercial do período. Parte de um jarro também encontrado na localidade contém o nome do Faraó Tutmés I, que reinou entre os séculos 16 e 15 a.C., o que reforça o entendimento acerca da época de funcionamento do complexo.

A expectativa dos arqueólogos agora é de encontrar novos vestígios que permitam traçar a localização mais exata do antigo Caminho de Hórus, bem como o porto militar que, provavelmente, abastecia o castelo de guarnições, suprimentos e equipamentos de guerra. Já estudiosos da Arqueologia Bíblica aguardam por novos achados que contribuam para estreitar o paralelo entre as narrativas bíblicas do Antigo Testamento e o registro histórico. É o caso de um bloco de argila encontrado no sítio de Serabit el-Khadim, também no Sinai, com a inscrição Zot m’Moshe (Isto pertence a Moisés, em tradução livre), que pode fazer referência ao líder que conduziu a saída dos israelitas do Egito.

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