Lutador do UFC usa sua visibilidade para testemunhar Cristo
05/11/2025
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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O mês de novembro traz no calendário nacional um tema extremamente importante para a saúde masculina: a campanha Novembro Azul, que busca a compreensão e conscientização acerca do câncer de próstata. De acordo com estatísticas, esse é o segundo tipo de câncer mais frequente entre os homens, seguido do câncer de pulmão e de intestino, e atrás apenas do câncer de pele. Trata-se de uma doença de alta letalidade que ocasionou, conforme dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 17,5 mil mortes no Brasil em 2024, o equivalente a 48 óbitos por dia. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima um total de 71,7 mil novos casos no país no ano de 2025.
Ainda cercada de preconceitos e temores, as prevenções aos tumores de próstata envolvem exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Como em outras formas da doença, o diagnóstico precoce possibilita cura em até 90% das ocorrências. O movimento que originou a campanha surgiu na Austrália em 2003 e chegou ao Brasil em 2008. A cor azul é considerada um símbolo da saúde, e o mês de novembro foi escolhido por vir logo após ao mês dedicado à prevenção do câncer de mama nas mulheres. Além disso, 17 de novembro é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de próstata.
A idade é um dos maiores fatores de risco, uma vez que 75% dos diagnósticos envolvem homens com 65 anos de idade ou mais. O caráter hereditário e as características étnicas também têm peso importante — homens afrodescendentes têm maior probabilidade estatística de desenvolver a enfermidade. Ademais, comportamentos que aumentam a incidência do câncer em geral, como sedentarismo, alimentação rica em gorduras, obesidade, tabagismo e ingestão de álcool, igualmente elevam o risco.
O tecnólogo em radiologia José Carlos Menezes, 62 anos, enfrentou o câncer de próstata. O diagnóstico veio em 2023, confirmado por uma biópsia que apontou a presença de um carcinoma na glândula. Embora seja um profissional de saúde, ele admite ter se descuidado. “Três anos antes, os exames apontaram alteração importante no PSA; mas, devido à pandemia do coronavírus e a outras ocupações, não dei a devida atenção ao fato”, lembra-se. O PSA é um antígeno específico que serve como marcador de câncer de próstata. Felizmente, o tumor de José Carlos não era dos mais agressivos e foi retirado em uma cirurgia bem-sucedida e que não deixou quaisquer sequelas.
Desde então, Menezes, que vive no Rio de Janeiro, está bem e retomou a vida profissional, espiritual e familiar. Evangélico, casado e pai de dois filhos adultos, ele reconhece que a fé foi fundamental em todo o processo. “No início, o diagnóstico nos deixa atordoados. É normal sentir medo, pois somos humanos e frágeis.” Contudo, o tecnólogo considera que a oração, a esperança e o apoio que recebeu da família e dos irmãos da igreja foram decisivos. “À medida que o tempo passa, o coração descansa no Senhor, e a Palavra de Deus nos conforta. Ele é soberano, e essa realidade está em nós”, destaca.
Durante o mês de novembro, diversas campanhas e ações são desenvolvidas em todo o país pelo Ministério da Saúde, pelas secretarias de Saúde estaduais e municipais e por instituições médicas. Entre as iniciativas, estão os mutirões para a realização de exames preventivos. Em Florianópolis (SC), por exemplo, a SBU realizará, no dia 16 de novembro, cerca de 500 atendimentos gratuitos a pacientes que aguardam procedimentos na fila do SUS. Há também a Corrida Novembro Azul, a qual reforça a importância do cuidado com a saúde do homem, aliada à prática de atividades físicas. Com base em sua experiência, José Carlos Menezes é taxativo: “Há uma necessidade de conscientizar a população masculina para as boas práticas de prevenção ao câncer de próstata.”
