
A fé conquista espaço nas universidades
26/10/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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A imagem do jogador de futebol americano Travis Hunter correu o planeta nos últimos dias, alegrando o coração de milhões de fãs que acompanham a nova fase do desportista por meio de suas redes sociais. O jovem talento da Liga Norte-Americana de Futebol (NFL, a sigla em inglês) foi batizado nas águas na manhã do dia 12 de outubro, horas antes de uma partida de seu time, o Jacksonville Jaguars, contra o Seattle Seahawks. No entanto, a derrota da equipe levou o atleta a ser criticado por uma suposta falta de concentração para o jogo, válido pela sexta rodada do campeonato americano da modalidade.
Hunter, de 23 anos, tomou a decisão de ser batizado na Celebration Church, congregação da cidade de Jacksonville, na Flórida, como testemunho público de sua fé cristã. “Já faz um tempo que estou planejando me batizar. Mudei minha vida para me tornar um homem melhor”, disse o desportista, que disputa sua primeira temporada pelos Jaguars, onde chegou em meio a muitas expectativas. Ele encerrou a temporada passada pelo Colorado Buffaloes com 14 touchdowns, principal jogada do futebol americano e equivalente ao gol no futebol jogado no Brasil — a segunda melhor marca do torneio.
As estatísticas levaram Hunter a ser agraciado com o prêmio Heisman, oferecido ao melhor jogador da temporada universitária. Além disso, ele é celebrado pela imprensa esportiva pelo alto rendimento tanto como wide receiver (recebedor de passes) – mais voltado ao ataque – quanto na posição de cornerback, no setor defensivo. O jogador diz que, no seu tempo na Universidade do Colorado, foi bastante influenciado pelo técnico Deion Sanders, um cristão atuante que não abre mão de orar com seu time nos vestiários.
Entretanto, a derrota por 20 a 12 para os Seahawks, poucas horas depois da cerimônia, provocou duras críticas a Hunter — que teve um desempenho discreto na partida — de gente como Skip Bayless, um dos mais célebres comentaristas da modalidade. “Ele não deveria se batizar na manhã de um jogo marcado para uma hora da tarde”, declarou à ESPN local. “Foi uma indicação de onde ele estava com a cabeça”, enfatizou.
Outro cronista esportivo de destaque no mundo do futebol americano, o ex-quarterback Robert Griffin, porém, saiu em defesa de Travis Hunter: “Bayless precisava ser batizado para lavar todas as suas opiniões ruins”, rebateu. Segundo o jogador aposentado, questionar o foco do atleta porque entregou sua vida a Deus pelo batismo não é análise. “Isso é arrogância. Um homem que encontra a salvação não precisa da aprovação de ninguém.” Aparentemente sem se importar com os questionamentos, Hunter enfatizou que o batismo significou muito para ele: “Estou deixando meu antigo eu e começando um novo capítulo”, afirmou.





