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26/11/2025
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Black Friday: Especialistas e pastores alertam sobre gasto consciente

Por Viviane Castanheira, do Ongrace

A Black Friday já é uma das datas mais importantes para o comércio; este ano, deve movimentar 5,4 bilhões de reais – Imagem: 용호 전 gerado com IA / Adobe Stock

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À medida que a Black Friday se aproxima, em 28 de novembro, o país se prepara para um dos períodos de maior movimentação no comércio. Lojas físicas e virtuais intensificam promoções, campanhas e descontos que prometem atrair milhões de consumidores. Junto à expectativa de economia, cresce também um alerta recorrente: a necessidade de praticar o consumo consciente. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a estimativa é de um volume recorde de 5,4 bilhões de reais este ano — crescimento de 2,4% em relação ao valor registrado no ano passado.

Vestuário, eletroeletrônicos, brinquedos, alimentos e utilidades domésticas estão entre os itens mais desejados pelos consumidores que buscam realizar sonhos de consumo com descontos especiais. Cursos, viagens, acessórios, cosméticos, serviços e inúmeros outros produtos também entram nas promoções e ofertas. A publicidade, por sua vez, comanda o cenário: sites, redes sociais e anúncios na TV bombardeiam o consumidor com uma enxurrada de “tentações”.

Originadas nos Estados Unidos, as megacampanhas da Black Friday — termo associado à expressão going back to black, ou voltar ao azul, referência ao retorno dos lucros — chegaram ao Brasil em 2010. Hoje, já representam a quinta data mais importante para o varejo, ficando atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

Neste ano, o movimento não se concentra apenas na última sexta-feira de novembro. Segundo o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, o aumento sazonal das vendas se verifica por todo o mês: “Isso é uma característica da Black Friday brasileira”, afirmou à Agência Brasil. Entretanto, esse consumo, aparentemente facilitado pelos descontos, precisa ser feito com critérios: “Antes de sair comprando, porque o preço parece mais baixo, é fundamental avaliar a real necessidade do bem ou serviço desejado”, orienta a economista, administradora e educadora financeira Diene Eiry, de Itajubá (MG). “Tudo aquilo que adquirimos sem propósito verdadeiro se transforma em despesa e ocupa espaço no orçamento, limitando nossa capacidade de investir no que realmente importa.”

Para a economista Diene Eiry, é preciso avaliar o histórico de preços dos produtos para saber se a compra, realmente, vale a pena– Imagem: Arquivo pessoal

A professora, que atua na criação de programas de educação financeira para empresas e instituições públicas, voltados à tomada de decisão consciente, ao combate ao endividamento e à melhora da saúde financeira de famílias e trabalhadores, destaca outro ponto crucial: pesquisar o histórico dos preços. “Há diversos relatos de empresas que simulam descontos, elevando valores dias antes e reduzindo-os apenas na semana da promoção”, frisa ela.

Diene recomenda que pode ser mais vantajoso guardar o dinheiro para aproveitar as reduções reais da primeira quinzena de janeiro: “É quando o comércio costuma baixar os preços devido à queda no movimento após as festas de fim de ano”. Ela também alerta para as promoções excessivamente agressivas, que podem envolver tentativas de fraude. “O fácil acesso à informação deve ser usado a favor do consumidor.” Diene pontua que comprar é prazeroso e, para muitas pessoas, funciona como escape emocional: “Não há problema em adquirir um item ou serviço, desde que haja planejamento e equilíbrio”.

Em sua prática ministerial, o Pr. Augusto César de Souza Farias, da Igreja Internacional da Graça de Deus de Caranã, em Boa Vista (RR), afirma atender muitas pessoas com dificuldades financeiras, incluindo dívidas causadas pelo consumo excessivo — problema que, frequentemente, afeta o convívio familiar e social. Por isso, ele reforça que o autocontrole é uma prática essencial ao cristão. “Não controlar os próprios impulsos pode nos levar a infringir a recomendação do apóstolo Paulo sobre não sermos seduzidos pelos apelos deste mundo.”

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