Novos rumos na luta contra o Alzheimer
12/07/2025
Novos rumos na luta contra o Alzheimer
12/07/2025

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Estudo mostra que 70% dos brasileiros urbanos residem em ruas e vias sem acessibilidade ou adaptações para mobilidade de pessoas com deficiência – Imagem: Nira Imagens / Gerado com IA / Adobe Stock

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Sete em cada dez brasileiros residem em ruas ou vias sem acessibilidade para pessoas com deficiência física (PCDs). É o que revela o estudo Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados do Censo 2022. O levantamento mostra que ainda há muitos problemas nessa área, os quais prejudicam o exercício de um dos direitos mais básicos do ser humano: o de ir e vir.

Calçadas sem rampas para trânsito de cadeirantes, ausência de sinalização tátil no solo para deficientes visuais e vias esburacadas que apresentam risco para quem tem dificuldades de locomoção são apenas alguns dos pontos. Cerca de 20 milhões de brasileiros são considerados PCDs, e estima-se que 14 milhões deles enfrentam restrições para se deslocar pela região onde moram e para utilizar, por exemplo, o transporte público e os serviços educacionais e de saúde.

A pesquisa do IBGE aferiu dez características urbanísticas do entorno dos domicílios, referentes à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para cegos, obstáculos na calçada, rampa para cadeirantes e arborização. No que diz respeito especificamente à acessibilidade, o quadro mostra que a maioria das 5.570 cidades brasileiras ainda tem um longo caminho a percorrer para oferecer conforto e mais qualidade de vida a essa parcela da sociedade.

De acordo com o estudo, cidades do Sul e do Sudeste levam vantagem em relação a municípios de regiões menos desenvolvidas do país, como Norte e Nordeste. “Sem calçada acessível, o cidadão não consegue ir à padaria ou pegar um ônibus. Isso bloqueia o acesso ao trabalho, à educação, à própria vida”, aponta a urbanista Silvana Cambiaghi, presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade de São Paulo. “A falta dessa infraestrutura produz uma situação óbvia: as pessoas não conseguem sair de casa”, ratificou.

Em entrevista à Agência Estado, a profissional destacou que o relevo acidentado da maioria das cidades brasileiras exige o uso de cadeiras motorizadas — equipamento que, em média, pesa cerca de 60 kg. Assim sendo, considerando o usuário, a carga a transpor e os desníveis, como um meio-fio, pode passar dos 150 kg, um peso difícil para um acompanhante suportar e praticamente impossível para o cadeirante. “A pessoa não consegue fazer nada”, critica Cambighi.

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