
Projeto de Vida 2026: Ano da Remissão
03/12/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Uma coalizão formada por grandes investidores cristãos tem interferido nas demandas representativas nos Estados Unidos. À frente de fundos de investimentos bilionários, esses grupos têm usado sua influência econômica para se opor a políticas consideradas progressistas e iniciativas que fomentam a diversidade — como cotas e pautas envolvendo raça, gênero e orientação sexual — a chamada agenda woke. Um dos principais fundos alinhados à proposta é o GuideStone, sediado no Texas, estado fortemente associado ao Partido Republicano, que administra recursos da ordem de 24 bilhões de dólares (aproximadamente 135 bilhões de reais) em ativos.
De acordo com a Bloomberg, empresa de tecnologia especializada em gestão de dados e informações para o mercado financeiro, esse movimento está em crescimento, alinhado à atual diretriz política e ideológica do governo americano. Recentemente, grandes marcas com presença global e matriz nos Estados Unidos, como a rede de fast-food McDonald’s, a varejista Walmart e a montadora Harley-Davidson, recuaram de iniciativas inclusivas, sobretudo as relacionadas à orientação sexual. O GuideStone, um fundo centenário ligado à poderosa Convenção Batista do Sul, tem atraído investidores religiosos interessados em direcionar seus recursos conforme os valores que consideram coerentes com a fé que professam.
Um exemplo disso ocorreu há dois anos, quando o GuideStone apoiou uma proposta acionária, junto aos executivos da Microsoft, para coibir benefícios relacionados a cuidados reprodutivos e à disforia de gênero, condição em que a identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico. A medida não obteve apoio suficiente para ser implementada, mas demonstrou a disposição dos investidores e acionistas em defender suas convicções. Outra frente de ação tem sido a atuação de lobbies junto a altos executivos de grandes empresas. Além do capital privado, a iniciativa tem atraído o interesse de fundos de pensão administrados por governos estaduais conservadores.
Segundo reportagem do jornal O Globo, estimativas apontam que a coalizão cristã de investidores já controla mais de 500 bilhões de dólares — valor equivalente a mais de 3 trilhões de reais. A maior parte desse montante está aplicada em ações de grandes companhias, conferindo aos investidores poder acionário relevante. Entre os grupos proeminentes, estão a Inspire Investing, maior gestora de fundos negociados em Bolsa e que tem orientação cristã, além de fundos de pensão comandados por CEOs simpáticos à causa. O movimento também recebe apoio da Aliança em Defesa da Liberdade, influente grupo jurídico conservador, da Conferência de Bispos Católicos e de grandes denominações protestantes.





