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Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Serasa — empresa de análises e informações para decisões de crédito — revela que as mulheres brasileiras enfrentam mais endividamentos do que os homens. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada em março, constatou o tamanho do impacto das dívidas para o público feminino: 76,9%.
Os dados mostram que as mulheres, frequentemente, assumem sozinhas as despesas familiares. De acordo com a Serasa, nada menos que 93% das brasileiras contribuem para o sustento do lar, e, em um terço das famílias, elas são as únicas responsáveis pelo sustento. O percentual é ainda maior nas faixas de renda mais baixa (classes D e E): em 43% dos casos, o encargo das despesas recai exclusivamente sobre elas.
De acordo com o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, esse fenômeno se agrava, porque, historicamente, existe uma diferença salarial entre homens e mulheres. O endividamento é maior porque a mulher precisa de mais crédito, já que ela tem menos renda para conseguir lidar com seu dia a dia e sua vida, explica Tavares. Ele acrescenta que 90% das entrevistadas disseram que precisavam aliar o trabalho remunerado com as tarefas domésticas — a chamada dupla jornada.
Outra situação apontada pela pesquisa é a dificuldade em obter crédito, o que dificulta o empreendedorismo feminino. Oito em cada dez mulheres (85% das entrevistadas) já tiveram algum pedido de crédito negado. Nos 12 meses que antecederam a pesquisa, entre as mulheres que pediram crédito, observou-se que a maioria solicitou o valor para quitar despesas inesperadas (26%) e a fatura do cartão de crédito (22%).