Pense no que aconteceria com você, caso fosse o líder de aproximadamente 3 milhões de pessoas, todas descendentes de Abraão, que saíram do cativeiro no Egito, guiadas por Moisés rumo à terra prometida ao patriarca. A promessa garantia a vitória sobre os sete povos que ainda habitavam a região a ser conquistada (Dt 7.1-4). Passados 430 anos desde a promessa, foi necessário o poder de Deus para serem libertados (Êx 12.40,41).

Os descendentes de Jacó, neto de Abraão, com quem o Senhor reafirmou a Sua Aliança, foram nessa jornada. Caminharam durante 40 anos pelo deserto, onde nada se planta nem se colhe, tampouco existe água; porém, nenhum deles morreu de fome nem de sede, porque Deus lhes dava o maná, e a água era tirada da rocha para lhes saciar a sede (Dt 8.14-16). Para Moisés, deve ter sido difícil cuidar daquele povo tão pouco instruído na fé no único Deus. No entanto, com a ajuda divina, os israelitas tiveram experiências diárias, que os moldaram.

Certa vez, Jetro, sogro de Moisés, foi visitá-lo e, ao se deparar com as longas filas que se formavam diante da tenda do genro, para que ele resolvesse problemas de convivência entre as tribos, ou algo de errado que alguém tinha feito, Jetro lhe disse que aquilo era humanamente impossível de ser suportado e aconselhou-o a escolher pessoas que o ajudassem (Êx 18). O conselho veio em boa hora, e Moisés considerou separar líderes para auxiliá-lo naquela obra. Ora, se Deus não estivesse à frente, como seria?

Muitas vezes, destruímos a nossa saúde, priorizando as necessidades dos outros. É verdade que o Altíssimo socorria Moisés em tudo, mas não deve ter sido fácil controlar os filhos de Israel como devia. Então, vemos que o conselho do sogro foi aceito, após o próprio genro declarar que pensava fazer como lhe foi sugerido. Afinal, as diferenças entre os israelitas eram difíceis de suportar. Só mesmo quem possuía a graça do Senhor poderia ter aguentado aquele encargo durante tantos anos.

Vamos analisar os lares em que marido e mulher estão a ponto de se separar: a Palavra que lhes daria força para suportar as fraquezas um do outro nem mesmo é lida e respeitada; praticamente, eles não se dedicam à oração. Deus exige que todos aqueles que se casam mantenham a família junta até a morte (1 Co 7.39). Os problemas que surgem nos lares provam que esposo e esposa se afastaram do Senhor; porém, quando eles amam a Deus, ambos se respeitam e vivem muito bem (Ef 5.22—6.4).

Após a separação, os pais veem uma série de dificuldades surgir na vida dos filhos. Crianças mal formadas moral e espiritualmente, longe do temor ao Senhor, tomarão decisões que trarão tormento para si e a sociedade. Além disso, com o surgimento do rádio, depois da TV, e, hoje, das mídias sociais, são grandes as tentações trazidas por pessoas que, para serem famosas e aplaudidas, enaltecem os erros.

Os pastores são chamados por Deus para dirigir Seu povo, mas, infelizmente, alguns não são preparados para ouvir os problemas que lhes são relatados e se sentem no direito de cometer o mesmo pecado que aconselharam o casal a não praticar. Nesse caso, a culpa é dos líderes, que os aprovaram para o ministério, sem esperar que dessem provas da sua chamada para a obra e do seu preparo pelo Senhor.

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares