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Ministérios de recepção e acolhimento nos templos da Igreja da Graça envolvem o visitante de modo carinhoso e espiritual

Por Carlos Fernandes, do Ongrace


A Pra. Zélia (ao centro), com a equipe de recepção na Igreja da Graça em Salvador (BA): “Estamos sempre atentos às pessoas”
Imagem: Caroline Souza

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Acolhimento. Nunca, antes, essa palavra – e, sobretudo, o que ela representa – foi tão necessária. Em uma sociedade cada vez mais individualista, o esfriamento das relações humanas tem lançado muita gente na solidão, ainda que em meio a muitas pessoas. No Brasil, o problema já é perceptível: de acordo com pesquisa do Instituto Ipsos, cerca de 50% da população se sente sozinha. A média global é de 33%. Por tudo isso, espaços onde haja compartilhamento, interação e acolhimento têm sido bastante procurados – e a Igreja do Senhor leva vantagem, uma vez que, no Corpo de Cristo, há comunhão motivada pela fé.

Em cada templo da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD), quem chega é logo envolvido por um ambiente acolhedor. Desde as grandes sedes estaduais do ministério até as pequenas congregações, há um esforço para que as boas-vindas sejam as mais calorosas possíveis. “A forma como recebemos as pessoas é muito importante”, afirma a diarista Milene de Fátima Lacerda Rodrigues, responsável pela recepção da Igreja da Graça em Sorocaba (SP). Ela está à frente de um grupo de obreiros que fica de prontidão, atento a quem chega: “Recepcionamos e acolhemos os membros e visitantes da Igreja. Cadastramos quem nos visita, apresentamos ao pastor, ouvimos suas histórias e damos assistência em oração. Na saída, oferecemos um café.”

Márcia Cordeiro, no dia de seu batismo, ao lado de Milene Rodrigues, que a recebeu na Igreja: “O sorriso e a simpatia dela me cativaram” Imagem: Edileia Avelar

O ministério surgiu em 2017 e tem dado frutos, inclusive a própria Milene. “A Recepção é a alma da Igreja. Lembro-me de que, quando cheguei pela primeira vez, com minha filha pequena, fui bem recebida. Levaram a menina para a escolinha e me acomodaram nas poltronas.” Ela conta que chegou à Igreja em um momento difícil de sua vida e, ali, sentiu-se amada. Por isso, dedica-se totalmente ao ministério. “Faço tudo com alegria e temor a Deus. Muitas pessoas chegam aqui tristes, mas retornam porque são recebidas no amor do Espírito Santo. Assim, aos poucos, a Palavra vai entrando no coração delas, promovendo libertação e transformação.”

Receber o visitante da melhor maneira possível também é a regra na Igreja da Graça em Salvador (BA). Lá, quem cuida do setor é a Pra. Josefa Maria da Silva, carinhosamente conhecida pelos irmãos como Zélia. Com um sorriso contagiante, ela coordena uma equipe bem treinada na simpatia. “Ficamos no fim das escadas de acesso ao templo e recebemos as pessoas com um abraço cheio de amor”, descreve. Os voluntários se revezam nas diversas reuniões, mas Zélia faz o possível para estar presente: “Estamos sempre atentos às pessoas”. Com mais de 14 anos na IIGD, ela tem testemunhado a situação de gente que chega aos cultos pensando em desistir de tudo, mas se sente tão amada que logo se integra à família da fé. Zélia frisa que o envolvimento não fica só nesse primeiro contato. “Acompanhamos a pessoa, incentivando-a e cuidando de sua caminhada espiritual, até que entenda o propósito de Jesus na vida dela.”

Felicidade imensa”

Conquistar a confiança de quem chega nem sempre é uma tarefa simples, mas a boa impressão gerada pelo primeiro contato é fundamental. É a partir dele que o visitante pode se aproximar do Evangelho e conhecer Cristo. Ciente disso, a advogada Marcelle Luzia de Moraes Sitic busca desenvolver uma forma personalizada de atendimento na sede da IIGD em Natal (RN). “Não se trata apenas de preencher um cadastro, nossos visitantes são acompanhados realmente”, ressalta. Envolvida com ações de acolhimento há cerca de dez anos, ela é uma das líderes de um grupo dedicado a ser um “cartão de visitas” do Reino de Deus. É uma responsabilidade grande: “Nosso trabalho veio direto do coração de Deus, porque é essencial para acolher de fato. Para nós, aquele que chega não é apenas mais um.”

A advogada Marcelle, orando por um visitante: “Para nós, aquele que chega não é apenas mais um” Imagem: Arquivo pessoal

Além da coleta de dados pessoais, o procedimento inclui acompanhamento e aconselhamento espiritual, envio de mensagens de aniversário e apoio social e profissional, quando necessário. “Também fazemos fotos com os líderes e oferecemos lembranças da visita”, continua Marcelle. Segundo ela, o acolhimento é feito tanto em cultos semanais como aos domingos, neste caso às 9h e às 18h. “Eu me identifico bastante com esse trabalho, inclusive porque também lidero o Ministério da Ação Social aqui na Igreja”, afirma a advogada.

“Quando cheguei à Igreja, o que chamou minha atenção foi o acolhimento que recebi”, atesta o atendente de call center Mauro Domingos Tavares Cabral, que congrega na Igreja da Graça em Lisboa, Portugal. Uma vez integrado à congregação, ele quis fazer parte das atividades de recepção para alcançar outras pessoas. No caso dele, a atividade profissional ajuda: “Gosto muito de conversar com as pessoas e ouvir o que têm a dizer”. Mauro entende que o acolhimento tem sido cada vez melhor na IIGD. “As pessoas vão à Igreja por várias razões, e nós temos de ter essa percepção de falar com o visitante sem ser invasivo.” O trabalho é bem organizado e, para evitar qualquer constrangimento, a regra é que a abordagem a homens seja feita por outros homens e, de igual modo, em relação às mulheres.

Mauro Cabral (à direita) diz que gosta de ouvir as pessoas: atenção e acolhimento Imagem: Arquivo pessoal

Cada visitante identificado no culto recebe um presentinho da equipe – que pode ser um chocolate e uma agenda – e, após a reunião, é convidado a fazer um lanche na cantina. “Depois, a gente conversa com o visitante para saber seu nome, o que faz e como chegou à nossa Igreja.” O convite para que volte outras vezes é sempre feito com entusiasmo e respeitando a privacidade de cada um. “Algumas vezes, mando mensagens para as pessoas, a fim de perguntar como estão”, diz Mauro. Para ele, diversos motivos levam alguém a voltar: “Seja pela palavra do pastor, seja pela organização da Igreja ou pelo atendimento.”

No caso da auxiliar de enfermagem aposentada Márcia Cordeiro, o que a conquistou foi a atenção que recebeu: “No dia em que cheguei aqui, fui bem recebida pelos obreiros e também pelos irmãos, e senti uma felicidade imensa”, elogia. Ela congrega na IIGD em Sorocaba, e lá foi recebida por Milene Rodrigues, cujo depoimento abre esta reportagem. Miriam conta que, na época de sua conversão, enfrentava um problema de saúde: “Estava para ser operada e sentia intensa dor. Estar na Igreja me ajudou bastante e aumentou a minha fé”. Batizada nas águas em janeiro deste ano, ela garante que, agora, não quer mais perder tempo e só deseja servir a Deus. E tudo começou com um carinho recebido de Milene, naquele primeiro encontro: “O sorriso e a simpatia dela me cativaram.”

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