
JQV reúne milhares de pessoas em ginásio para dia de celebração a Deus
22/11/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Desde o início da Era da Igreja, cristãos se reúnem em casas para viver e expressar a fé em Jesus. Hoje, dois mil anos depois, essa prática permanece com o objetivo de reforçar e aprofundar a Palavra ministrada nas congregações. Esses encontros — conhecidos como pequenos grupos (PGs), células ou reuniões familiares — buscam, por meio do direcionamento pastoral, consolidar a mensagem pregada no culto dominical. A partir de vivências do dia a dia, as reuniões em formato de discipulado se tornam também uma ferramenta de evangelização, acolhendo pessoas que, antes de visitarem um templo, sentem-se à vontade para participar dos encontros realizados nos espaços domésticos.
Com a correria da vida moderna — marcada pela falta de tempo e pelas dificuldades de deslocamento, sobretudo nas grandes cidades —, os pequenos grupos se multiplicam na mesma proporção em que novas denominações se estabelecem. Membro da Igreja Assembleia de Deus no Belenzinho, em São Paulo, a confeiteira Maria da Glória Barreto dos Santos abre sua residência, a cada 15 dias, para receber membros que moram no Tatuapé e em bairros próximos, para uma reunião de oração e estudo da Bíblia. “É uma maneira de estarmos juntos, durante a semana, para alimentarmos nossa fé”, descreve ela.
Não há um roteiro rígido. “Começamos com um momento de louvor. Depois, oramos pelas necessidades que os irmãos trazem e debatemos a mensagem pregada no templo na semana anterior”, explica Maria da Glória. Em cada encontro, um participante apresenta uma reflexão bíblica, seguida de compartilhamento de experiências e testemunhos. Para ela, receber o PG em casa é um privilégio: “Sinto-me abençoada!”.

As reuniões podem variar em relação ao conteúdo, à dinâmica e à periodicidade, mas todas sempre seguem a temática e o direcionamento da igreja. “Esses cultos são importantes para auxiliar no trabalho das congregações, tanto no evangelismo como na edificação da fé dos participantes”, avalia o Pr. Weslley Moraes, da regional da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Mossoró (RN). “Eu mesmo aceitei Jesus como Salvador em um culto realizado em uma casa, quando ainda era adolescente”, lembra.
Weslley costuma se deslocar semanalmente até a cidade potiguar de Baraúna, onde uma célula se reúne às quintas-feiras. No encontro, realizado na residência do empresário Geilson de Sousa Bezerra, participam de 15 a 20 pessoas. “Tudo acontece de maneira espontânea. Louvamos ao Senhor, ministramos a Palavra revelada e fazemos campanhas de fé, orando pelos enfermos e por outras necessidades”, descreve o pregador. “Nosso coração se alegra pela presença do Senhor. Isso fortalece nossa vida espiritual e a comunhão com os irmãos. A fé é manifestada e alcança nossos vizinhos”, frisa Geilson, que recebe o grupo no alpendre de sua casa.

O Pr. David Pereira, coordenador dos pequenos grupos multiplicadores da Igreja Missionária Evangélica Maranata do Rio de Janeiro, destaca: “Organizar a igreja em grupos menores nos permite alcançar três objetivos: formar e treinar novos líderes, promover o amadurecimento do Corpo de Cristo por meio da comunhão e impulsionar o crescimento da congregação, alcançando pessoas que, normalmente, resistiriam a um convite formal para ir à igreja.” Ele lembra também os desafios de mobilidade urbana, especialmente nas metrópoles, e considera os PGs uma boa estratégia para reunir pessoas que moram próximas. “Além disso, o trabalho nos grupos se torna uma extensão do que é feito no templo. Isso consolida o aprendizado e o cuidado pastoral”, finaliza.





